ENTRE O ESPÍRITO E A RAZÃO...

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Necessidade de tentar elevar a espiritualidade, alçar vôo e encontrar Pasárgada... Ser amigo do Rei num mundo sem fronteiras, viver numa unicidade com o Todo, comungar da Paz com o Universo... Fazer da Sanidade, da Lógica e da Razão um viver constante... Acordar a cada dia para uma nova Utopia, a comunhão de todos os seres do Planeta Terra e de todos os outros planetas, dimensões e possibilidades, sonhar, sonhar, sonhar... 

Mas não é essa a realidade e caminhamos entre o espírito e a razão, passo a passo para não pisar na minas, olhos à frente para avisar as desavisadas crianças, as mulheres – desnudas ou em burkas - , nossos velhos que já tão tropegamente andam, carregando nas costas o peso de mais este desmando político, militar, financeiro, humanitário... 

Ave, Grande Exterminador, os que vão morrer te saúdam e te agradecem pela oportunidade de sair logo deste caos, nossa sanidade transformada dia a dia em loucura, nossa visão em cegueira, nossos gostos em instintos, nosso tato em garras...
Entre o espírito e a razão vale trocar a lógica pela intuição? Porquê não? Se há alguém vencedor, e alguém vencido, quem será? Aristóteles ou Platão? Freud ou Jung? Lobato ou Mário de Andrade? Saddam ou Bush? Eu ou você?
Sentimentos Espontâneos De Expressão – S.E.D.E. – fazem a necessidade de ver o branco e o negro, a miscigenação e os tons de cinza, sem pré-conceitos nem julgamentos posteriores. Apenas ser espontâneo, livre, leve, solto, procurando sofrer o menos possível com o entorno, mas sem perder a dimensão do real, a monstruosidade da guerra, em todos os níveis de consciência e inconsciência, da propaganda [às claras] e da subliminaridade, do avançar dos ratos sobre a comida do pequeno, do cego, do inerte...
Ver o mundo, o bem e o mal, a razão e o caos, a Vida e a Morte e transformar tudo isto, no cadinho do laboratório da arte, maior ou menor conforme a abrangência ou os limites do observador, mesmo que seja só pela Ação, pela Arte, para fugir à inércia e tentar deixar, como o animal preso que lacera o couro nas grades, uma chaga neste mundo, marca pessoal e intransferível, pois pensada, prensada, sofrida... Como a Vida, como a Morte...
Ritos de passagem, gritos de revolta, revolução / evolução / transgressão... O quê é certo? Quem estabeleceu os limites do certo? Atravessar os Alpes no lombo de mula e posar – hipoteticamente – num corcel branco, garboso, é loucura? Matar índios, com requintes de sadismo, é loucura? Apor rótulos, pintar placas de “não pise na grama”, dizer que os atuais programas infantis na televisão são recomendados para crianças é loucura? Onde o exercício da individualidade, da liberdade, do respeito ao limite do outro – sem leis nem castigos?
Será que nos olham das estrelas? Quem sabe nos olham das estrelas... Nos olham das estrelas e dão risadas ante nossa inconstância, nosso estado de pré-barbárie, nossas casas apinhadas de traste inúteis e nossa cultura repleta de chavões... Ande fora da linha e será execrado, ande na linha e será amarrado: o certo é andar – e parar – ao lado, escutar o mesmo discurso inúmeras vezes, decorá-lo, repeti-lo; aplaudir as loucuras como se fossem novidades magníficas, desdenhar as boas novas como expressão de demência.
Fazer de tudo isto um caminho na Arte, um quebra cabeça que junte estrelas e lodaçal, preto e branco, plumas e espinhos, cabelos e ossos, tinta e pó... Objet trouvé e ready-made, restos e novidades, abstração e figurativo, gênio e loucura. Onde a divisão, a dicotomia, a separação, o limite entre Arte e não arte, Ação e imobilismo, Sonho e realidade? Preste atenção em TITO, ele nos fala de um pouco de tudo isto. Sua voz não cala, e isto é uma esperança...



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