Senhora da noite eu sou
Criatura de beleza desigual
Há muito de bem em mim
Mas o que predomina é o mal

Não se iluda com meu belo rosto
Nem com meu doce sotaque
Eu bebo as almas do desgosto
Sorvendo o ódio e a mesquinhez

Conheço os mais antigos do que Cristo
De quem bebi e poderosa me tornei
Já fiz viagens ao inferno e ao paraíso
Com o próprio Rei das Trevas conversei

Saiba quem sou quando pra mim olhar
E quando a pele branca que fascina, a ti, me denunciar
Não fuja. Seja meu, lord
Deixe me lhe acariciar

Sinto prazer com sua dor
Quanto mal você já fez?
Seu sangue sujo tem sabor
Veneno doce, embriaguez

Cravado em ti estou agora
Imagens belas mostrarei
Não chegarás a ver a aurora
Que belo fim, a ti guardei

E quando a vida esgueirar-se de teu ser
Permita me apresentar
O meu nome já ouviu dizer
E acabara de experimentar
A divina sensação de padecer
Nos braços do meu lord!!